quarta-feira, 29 de novembro de 2017

O que é o glifosato?

Quando foi inventado o glifosato?

Foi inventado na Suíça, em 1950, mas acabou por ser esquecido, uma vez que não se percebeu, na altura, que podia ser utilizado como herbicida, para matar uma grande variedade de espécies vegetais e, sobretudo, para queimar ervas daninhas. Mais tarde, em 1969, o cientista John Franz foi quem acabou por desenvolver a fórmula química. E lançou-se assim, em 1974, o Roundup, a marca da empresa norte-americana Monsanto, para a qual John Franz trabalhava. Desde então têm-se produzido muitas variações do produto. Só na Europa existem cerca de 300 herbicidas à base de glifosato de 40 empresas. O uso do herbicida tem vindo a aumentar no mundo, por exemplo, devido ao desenvolvimento de culturas geneticamente modificadas com o objetivo de resistirem a este herbicida.

Quantos relatórios foram elaborados sobre o glifosato nos últimos tempos?

Entre 2016 e 2017, foram elaborados quatro relatórios por várias instituições. O primeiro – da Agência Internacional para a Investigação do Cancro, da Organização Mundial da Saúde (OMS) e publicado em Março de 2015 – considerou o glifosato um herbicida genotóxico (com efeitos negativos para o ADN) e “provavelmente” carcinogénico, o que contribuiu para alimentar os protestos de alguns países e de grupos ambientalistas. Os outros três relatórios concluíram, contudo, que é pouco provável que o glifosato provoque cancro nas pessoas. Um destes últimos relatórios incluía entre os autores a OMS. Por isso, a OMS alertou para o facto de os vários relatórios parecerem contradizer-se, mas que, na verdade, são complementares: o glifosato pode ser perigoso, mas não representa necessariamente um risco para a saúde. A diferença entre perigo e risco foi explicada pela OMS em Maio de 2016: um produto químico pode ser perigoso em si mesmo, mas representar um risco mínimo para a saúde das pessoas tendo em conta a exposição a ele a que estão sujeitas, devido, por exemplo, à sua ocupação profissional, ao ambiente ou à comida.  

Fonte:https://www.publico.pt/2017/11/27/ciencia/perguntaserespostas/o-que-e-o-herbicida-1794123

Jovem de 11 anos ganha prémio de ciência no valor de 25 000 dólares

Gitanjali Rao, uma aluna do estado norte-americano do Colorado que frequenta o sétimo ano, recebeu o título de Melhor cientista jovem americana por ter criado um aparelho que detecta chumbo na água potável, noticia a CNN. A invenção da jovem de 11 anos foi inspirada pela crise da água de Flint, no Michigan, onde os cortes de custos levaram à contaminação da água potável. Segundo a jovem, o seu aparelho é mais rápido a concluir a medição e tem custos mais baixos do que os métodos actuais.

A par do título no Discovery Education 3M Young Scientist Challenge, Gitanjali Rao ganhou um prémio no valor de 25.000 dólares que será usado para “desenvolver o aparelho com o intuito de o poder comercializar brevemente”, disse à CNN.







segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Pausa para refletir...

A filosofia, diz-se por vezes, não serve para nada. [...]
Mas será verdade que a filosofia não serve para nada? Claro que não. A filosofia, como a ciência, como a arte e como a religião, serve para alargar a nossa compreensão do mundo. Em particular, a filosofia oferece-nos uma compreensão da nossa estrutura conceptual mais básica, oferece-nos uma compreensão daqueles instrumentos que estamos habituados a usar para fazer ciência, para fazer religião e para fazer arte, assim como na nossa vida quotidiana. A filosofia é difícil porque se ocupa de problemas tão básicos que poucos instrumentos restam para nos ajudarem no nosso estudo. Os matemáticos fazem maravilhas com os números; mas são incapazes de determinar a natureza última dos próprios números -- têm de se limitar a usá-los, apesar de não saberem bem o que são. Todos nós sabemos pensar em termos de deveres, no dia a dia; mas a filosofia procura saber qual é a natureza desse pensamento ético que nos acompanha sem nós darmos muitas vezes por isso.
Para compreendermos melhor as dificuldades da filosofia é conveniente pensar numa metáfora. Imagine-se que eu estou a fazer uma casa. Preciso de usar vários instrumentos, como a pá de pedreiro, e vários materiais, como o cimento. Mas quando quero fazer uma pá de pedreiro, ou quando quero fazer o cimento, terei de usar outros instrumentos mais básicos. E depois terei de ter instrumentos para fazer os instrumentos com que faço a pá de pedreiro ou o cimento. E por aí fora. Experimente ir para uma ilha deserta fazer uma casa, sem levar nada da civilização. Será extremamente difícil: não terá instrumentos à sua disposição para fazer nada, exceto as suas mãos e a sua inteligência.
Num certo sentido, é esta a dificuldade da filosofia: estamos a tentar estudar os próprios instrumentos que usamos habitualmente para pensar. Por esse motivo, falta-nos instrumentos, falta-nos apoio. Mas não estamos completamente desamparados; temos a argumentação para nos ajudar. São os argumentos que fazem a diferença. São os argumentos que nos permitem ir mais longe na compreensão da nossa estrutura cognitiva mais profunda, que nos permitem compreender melhor os conceitos que usamos no pensamento quotidiano, científico, artístico e religioso.
É agora claro que a filosofia serve para alguma coisa. Serve para compreendermos melhor a estrutura conceptual que usamos no dia-a-dia, na ciência, nas artes e na religião. Claro que a filosofia não serve para distrair o "povo", como o futebol ou a tourada. Mas também a matemática não serve para isso, nem a religião, nem a arte em geral. Para que serve "Os Maias" de Eça de Queirós? Para que serve a teoria da evolução de Darwin? Para que nos serve saber que só na nossa galáxia há tantas estrelas quantos os segundos que existem em 3 mil anos? Serve para sabermos mais sobre nós próprios e sobre o universo em que habitamos. Tal como a filosofia.

MURCHO, Desidério (2000). O que é a filosofia? http://www.intelectu.com/arquivo.html

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Factos científicos já descobertos em 2017

O site Science Alert fez uma seleção das descobertas científicas do primeiro semestre de 2017. Eis algumas:
1. Os pulmões também servem para produzir sangue. Cientistas da Universidade da Califórnia descobriram que esses órgãos produzem a maior pare das plaquetas do sangue  (cerca de 10 milhões por hora).
2. Em artigo publicado no periódico IOPscience, cientistas verificaram que é impossível criar uma máquina do tempo — a esperança é encontrar materiais que possam "dobrar" o espaço-tempo.
3. A Sibéria tem uma cratera enorme chamada "porta para o submundo" e seu pergelissolo (o tipo de solo encontrado no ártico) está a derreter tão rapidamente que antigas florestas estão a surgir, pela primeira vez, em 200 mil anos.
4. Os primeiros organismos semi-sintéticos já estão a viver entre nós: cientistas americanos criaram novas formas de vida usando um código genético expandido.
5. Vantablack é o material mais escuro conhecido pela ciência e agora pode ser encontrada na forma de spray.
6. Os cristais do tempo são um novo estado de matéria e agora temos um plano real para criar esses "objetos impossíveis".
7. Um novo órgão humano, o mesentério, foi encontrado. Num estudo, cientistas descobriram que ele une o intestino com a parede do abdómen.
8. Carl Sagan estava certo. Na obra O Mundo Assombrado Pelos Demónios, de 1995, o astrónomo prevê que, num futuro no qual as pessoas se sentem descrentes em relação à política e os políticos não conseguem representar os desejos da população, a humanidade iria voltar-se para as pseudociências. Não deu outra
9. O único neurónio que envolve todo o cérebro dos ratos foi encontrado e os estudos sugerem que ele está ligado com a consciência dos mamíferos. É isso, pelo menos, que defendem os cientistas no Institudo Allen de Ciências Neurológicas de Seattle, nos Estados Unidos.
10. O cachorro mais antigo do mundo não está extinto: o cão-cantor-da-nova-guiné parece estar a multiplicar-se. Recentemente, especialistas conseguiram fotografar mais de 15 indivíduos da espécie em um local remoto da Nova Guiné.
11. O apêndice pode não ser tão inútil como imaginávamos. Especialistas notaram que, durante a evolução, ele modificou-se diversas vezes, o que leva a crer que ele tenha alguma importância.
12. Após 130 anos, talvez tenhamos de repensar tudo o que sabemos sobre a árvore genealógica dos dinossauros. Isso graças à descoberta de alguns cientistas que foi publicada na Nature. Segundo eles, o fóssil do tamanho de um gato encontrado na Escócia fê-los reconsiderar a origem das espécies dos animais pré-históricos.
13. Segundo pesquisas feitas na Austrália, é possível que a síndrome do ovário policístico tenha início no cérebro e não nos ovários. Especialistas provaram que ratos que tinham parte do cérebro removido não desenvolviam mais a doença, enquanto os que perdiam os ovários ainda podiam apresentar a síndrome.
14. A Terra pode ter um novo continente: a Zealândia. O sétimo continente forma-se com a junção dos arquipélagos da Nova Zelândia e da Nova Caledónia. Segundos os 11 pesquisadores por trás do estudo, as ilhas seriam parte de um mesmo pedaço de terra com 4,9 milhões de km², que é separado da Austrália.
15. O ser humano causou um impacto tão grande na geologia terrestre que os especialistas estão a pedir para que uma nova "era geológica" seja gerada - a Antropoceno.
16. Os narvais — unicórnios do mar — usam os seus chifres para caçar comida como o peixe bacalhau do ártico. Até então, não se sabia para que essa parte do corpo dos animais era usada, mas o mistério parece ter sido resolvido num vídeo publicado pela National Geographic.
17. A atividade humana criou uma "bolha" que cerca o nosso planeta. As ondas de rádio emitidas criaram a barreira recentemente descoberta.
Disponível em: http://revistagalileu.globo.com/